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Jayme Monjardim completa 45 anos dedicados à arte: 'Quero morrer dentro do estúdio'

Em entrevista à Revista CARAS, Jayme Monjardim entrega detalhes de viagem ao lado da noiva e planos para celebrar 45 anos de carreira

Mariana Silva

por Mariana Silva

mariana.silva@editoracaras.com.br

Publicado em 18/05/2024, às 11h00

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Após gravar diversos trabalhos em Amsterdã, ele curte a cidade como turista - FOTOS: ARQUIVO PESSOAL
Após gravar diversos trabalhos em Amsterdã, ele curte a cidade como turista - FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

Criatividade, talento e um compromisso inabalável com a arte. Somando 45 anos de carreira, Jayme Monjardim (68) tem, de fato, muitas memórias para compartilhar. “São 45 anos contando histórias, 40 anos deles na televisão. Eu me entreguei muito. É, sim, um marco muito importante. Quero morrer dentro do estúdio. Já aviso: não pretendo parar nunca”, afirma.

Com uma câmera sempre a postos para capturar os momentos mais significativos de sua jornada, ele embarcou para um tour em Amsterdã, cidade pela qual é apaixonado, na Holanda. “A câmera é uma companheira. Sempre tive o sonho de fazer uma exposição e mostrar meu olhar para o mundo. Sou apaixonado por Amsterdã e não perderia a chance de fazer alguns registros”, diz ele, que viajou acompanhado da noiva, a atriz paraibana Anne Marques (26).

Embora já tenha passado vários meses no local por conta de gravações, esta foi a primeira vez em que Jayme conseguiu, de fato, aproveitar a viagem. “Antes, não tive tempo para usufruir, então, desta vez, foi uma sensação completamente diferente. Nos hospedamos em uma casa-barco, uma experiência completamente nova”, detalha o diretor, que gravou a novela Páginas da Vida, de 2006, no país europeu. Dividindo momentos de amor, inspiração e descoberta, Jayme também visitou Dubai, nos Emirados Árabes. “Ficamos três dias no deserto. Uma experiência única”, relembra.

Futuramente, ele pretende mostrar ao público tudo o que clicou durante muitos anos de carreira e suas viagens ao redor do mundo. “Brasil, Marrocos, Holanda, Itália e Inglaterra são alguns dos locais que mais gostei de registrar”, adianta. Na contramão de algumas pessoas de sua idade, para Jayme, o tempo se revela como um aliado valioso, caminhando a seu favor.

Aos 68 anos, ele continua a trilhar sua trajetória na Rede Globo e encara cada novo projeto como um filho. “Eu durmo com eles, acordo com eles, moro com eles... são, realmente, como meus filhos”, conta ele, que é pai de Maria Fernanda (40) e do ator Jayme Matarazzo (38), frutos do relacionamento com a empresária Fernanda Lauer; do ator André Matarazzo (25), do relacionamento com Daniela Escobar (55); e de Maysa (13), do antigo casamento com a cantora Tânia Mara (41). “Eu vivo para contar histórias. A vida me inspira. Às vezes sento em minha varanda e fico só observando o dia acontecer. Paro sempre para olhar ao meu redor e me inspirar”, entrega.

Embora longe das novelas, atualmente ele trabalha na direção de dois longas: um sobre o médico, surfista e seminarista Guido Schäffer (1974-2009), e outro sobre Maria Bonita (1911-1938). “Sou um homem de televisão que às vezes faz cinema”, garante Jayme, que também trabalha em Romaria, seu grande projeto televisivo, ainda sem previsão de estreia na emissora global.

É o meu grande projeto de vida. Não tenho como dizer quando será a estreia, mas posso adiantar que é um projeto que fala muito de Brasil, das nossas regiões, de norte a sul”, explica. Embora mais próximo dos 70 anos, Jayme não sente o peso da idade. Ele se cuida com alimentação saudável e busca aproveitar ao máximo cada momento, consciente da incerteza do futuro. “Sou um homem muito feliz e muito bem resolvido. Trabalho muito, me dedico, gosto de reunir meus filhos e curtir a vida. Daqui a dez anos estarei com 78. Este corpinho precisa resistir. Não sei se vou aguentar subir um morro para gravar, então eu aproveito o agora”, pontua.

Eu sou pré-diabético, já venci um câncer... tenho todo o combo velho. Tomo meus remédios certinho, cuido da alimentação, faço caminhadas e procuro me manter ativo para me preparar para o futuro. Não fico o tempo todo na frente de um computador”, completa. Em um mundo em constante transformação, Jayme entende que a demanda por novas e incríveis produções é uma constante. Ele abraça o desafio de criar histórias profundas e envolventes, reconhecendo que não existe uma fórmula definitiva para o sucesso.

Tem um mundo novo se aproximando, isso é fato. Temos uma grande concorrência no mundo inteiro com a chegada dos canais pagos, do streaming... o público jovem se afastou das novelas. Mas, a meu ver, a novela tem uma fórmula, é um patrimônio brasileiro e sempre será a grande estrela de uma televisão”, reflete o diretor, que mantém uma energia criativa inesgotável e segue em busca pela excelência artística.

Essas mudanças globais afetam todo o entretenimento. A revista, a televisão, o cinema... é uma coisa que foge do controle e não teremos soluções, não existe uma fórmula para o sucesso. Acho que a gente precisa sempre de superproduções, histórias com as quais o público se identifique. A novela é uma obra aberta, faz parte do negócio ter um resultado positivo ou não”, avalia ele, que dirigiu importantes obras da Rede Globo, como Roque Santeiro, de 1985, Sinhá Moça, 2006, Pantanal, 1990, Terra Nostra, 1999, Viver a Vida, de 2009, entre outras.

Quando se deseja contar uma história bonita, de alma, que emociona, que faz as pessoas repensarem a sua vida, essas histórias procuram as pessoas que elas vão escolher para contar. Eu tenho essa honra, esse presente, esse prazer de ter sido escolhido para contar histórias muito incríveis”, afirma. Aliada à boa fase na carreira, também está a vida pessoal. Juntos desde 2020, em setembro, Jayme e Anne decidiram dar um novo passo na relação e estão noivos.

O romance começou nos bastidores da série O Anjo de Hamburgo, dirigida por ele, na qual a paraibana fez sua estreia como atriz. Marcado por uma significativa diferença de idade, o relacionamento foi alvo de comentários, mas, para o casal, o que importa é o amor e a conexão que compartilham. “Uma relação em que existe amor e confiança está tudo certo. O amor tem que ser segurança”, diz o diretor, que, embora more no Rio de Janeiro, dribla a distância da amada sempre que pode.

A Anne mora em Campina Grande, na Paraíba. Para mim é uma maratona, mas a gente fica muito tempo juntos, sempre entre idas e vindas. Sempre que temos oportunidade viajamos juntos, ela embarca comigo e me acompanha”, conta. Até o final do ano, o par pretende oficializar a união com uma cerimônia, ainda sem muitos detalhes decididos. “A gente quer juntar os nossos trapinhos e seguir em busca da felicidade. Afinal, tonto é quem não vai atrás dela. No fim, o que importa é o que sentimos um pelo outro. O amor que a gente tem”, diz Jayme.

Já com uma família bem grande, ele não descarta a possibilidade de trazer ainda mais um herdeiro ao mundo. Por ter enfrentado o câncer de próstata em 2015 e passado por uma cirurgia para retirada do órgão, na época, ele optou pelo congelamento de sêmen como forma de garantir a possibilidade de uma nova paternidade, mesmo sendo submetido aos tratamentos oncológicos com radioterapia.

Mesmo retirando a próstata para salvar a minha vida, eu escolhi congelar sêmen para não ter que abrir mão da escolha de ser ou não pai outra vez, num futuro. Atualmente, com a Anne, se tivermos a vontade de ter filhos, nós temos, sim, essa possibilidade”, explica ele, que rebate as críticas. “Nós não vamos abrir mão da nossa felicidade e das nossas vontades apenas porque algumas pessoas acham que a idade importa”, garante o diretor. 

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL